Quanto mais a pressão da provação aumenta, mais o caminho se afunila, mais o discípulo sente-se abandonado. Por isso a fé é provada. No calor da fornalha. Na hora da provação o Senhor retira-se. Fica o discípulo, na peneira do tentador entregue a si mesmo. O que fazer?
Então aparecem duas possibilidades: a primeira, apelar para o Mestre, que está impossibilitado de intervir e a segunda, para o Diabo. Que é ceder ao pecado, é o descer da cruz e falhar no teste.
É nessa hora que temos no salmo 22 (e em outros) a pergunta: Por que me desamparastes? Que foi proferida por Jesus na Cruz. É a hora em que constatamos e dizemos, não aguento mais...
Comparo aqui essa hora com uma difícil prova de matemática, com uma enorme e complicadíssima equação algébrica. Depois de horas quebrando a cabeça e resolvendo diversas fórmulas, o aluno chega a um só termo que é multipicado por zero. E conclui que o resultado seria zero: nada. Seria isso? Todo aquele exercício e esforço para constatar uma nulidade?
Nesse extremo de dor, pois o exercício de fé é algo sobrenatural, que exige seu preço em nossa carne e natureza pecaminosa, assistimos nossa total falência e incapacidade.
Essa foi uma e a prova que aniquila pedaço por pedaço nosso orgulho.
Senhor, eu não sou, mas Tu és. Eu não sei, mas Tu sabes. Eu não posso, mas Tu podes. Eu não tenho, mas Tu tens.
Nessa hora, e só nessa hora, o Mestre olha com um olhar de aprovação e dá graça. Pois é Ele mesmo quem nos ensina a orarmos para não entrarmos em tentação. É Ele quem intercede por nós para que na tentação nossa fé não se esmoreça. Porque o poder d’Ele se aperfeiçoa em nossa fraqueza. Porque Ele dá graça ao humilde. E é Ele quem diz, nunca te deixarei e nunca jamais de abandonarei.
Jesus é um mestre singular, superior e suficiente.
(Roger Brand/Ultimato)
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