Eu poderia começar este texto sob outros títulos. Por exemplo: “Por que as mães choram tanto?” Inúmeros títulos poderiam ser usados hoje nesse universo único do coração materno. Optei por esse, por considerá-lo mais abrangente.
Sou mãe e, como tantas outras, tenho duas certezas: desde as eras mais remotas as mães choram de alegria e de tristeza. No primeiro caso, o que as faz sorrir são as fortes emoções que alegram não apenas o seu coração, mas enfeitam sua alma. No segundo caso, o que as faz chorar é, sobretudo, a ingratidão dos filhos, o desamor camuflado, a incompreensão, a arrogância e desobediência. Em ambos os casos, as mães expressam seu sentimento através das lágrimas. Mãe é assim mesmo; às vezes, chora sem nem mesmo saber o porquê. Alguém já disse que elas são tão iguais nas suas emoções, que só mudam de endereço.
Para retratar com mais fidelidade esse universo materno a Bíblia é a mais perfeita das telas. Sempre que escrevo sobre o Dia das Mães, busco em suas páginas as histórias que mais me emocionam. Confesso não conter as lágrimas todas as vezes que paro no Cântico de Maria e no de Ana. Dois perfis totalmente diferentes. Maria, uma adolescente, virgem, que chora de emoção ao ser surpreendida pelo anjo anunciando-lhe que será mãe do Filho de Deus; e, mais tarde, diante da rude Cruz, chora a dor de ver seu filho pendurado naquele madeiro. Ana, uma mulher angustiada pela impossibilidade de engravidar, sofrendo a zombaria da outra esposa de Elcana, que se julgava superior por lhe dar filhos. Mas Deus ouviu suas orações e ela foi agraciada com a maternidade; então ela exulta, chora de felicidade ao ter nos braços seu filho Samuel, consagrando-o ao Senhor. No livro de Gênesis, outras histórias – Sara e Agar, Raquel e Bila – continuam mexendo com todas as mulheres, sejam elas mães ou não.
Em épocas distintas, inúmeras mulheres citadas nas Escrituras Sagradas choraram de alegria e também de tristeza. O choro de Joquebede, de Noemi, Rute, Isabel, e muitas outras, ficou lá no passado, mas continua mexendo com todas nós, mães do Terceiro Milênio. Em relação à tristeza que continua corroendo os corações maternos, fico imaginando a dor e o desapontamento daquelas mães que deram à luz o perverso Nero; o nazista, Adolf Hitler e seu carrasco exterminador de milhares de judeus – algozes no holocausto; enfim, a todos que foram embalados com canções de ninar, mas, ao crescerem, vestiram-se de bestas-feras.
Nessas últimas décadas, fico imaginando a enxurrada de lágrimas das mães de assassinos, traficantes, matadores por encomenda; enfim, profissionais do crime organizado, arautos da morte. Certamente, elas sofrem com as escolhas criminosas dos filhos ao deixarem seus lares, esquecendo-se dos ensinamentos recebidos desde o berço. Um exemplo, que nos enche de vergonha e indignação, deve ter feito muita mãe chorar, refiro-me àquele domingo, 17 de abril de 2016, com a Câmara repleta de deputados para a votação do impeachment da Presidente da República.
Fico imaginando as mães daqueles políticos, corruptos por natureza, que se esqueceram totalmente delas e dos princípios ministrados por elas desde a infância, e se comportaram como moleques, desrespeitando todos que ali estavam; além de transformarem aquele dia em vergonha nacional, macularam com seus atos vis as insígnias que tinham no peito. Um deles, num gesto covarde e infeliz, cuspiu no rosto do adversário, insultando-o e fazendo ameaças. Foi repugnante! Naquele momento, muita mãe deve ter engasgado com tanta insensatez de seus filhos; e perguntado a Deus, com muita tristeza: “Senhor, onde eu errei na educação de meus filhos? Não foi isso que ensinei a eles!” A mim, particularmente, chocou-me a frieza de alguns e o falso patriotismo de muitos, estampado apenas em suas vestes, sem raízes; algo que dói nos verdadeiros cidadãos, nos brasileiros que ainda sonham com um país livre dessa erva daninha, e lutam por essa causa nobre.
E pensar que tudo isso aconteceu no mês de abril, em cujo calendário destaca-se datas sagradas para o nosso povo, tais como: Tiradentes, Descobrimento do Brasil, Dia da Terra. Pobres mães! Somente o Pai lá de cima para lhes enxugar os olhos e fazê-las sorrir. Refletindo sobre tudo isso, não posso deixar de falar no poder da oração, e reforçar esta verdade: “Todo filho precisa de uma mãe que ora”. A mãe que consagra seus filhos ao Senhor, e os acompanha em oração, vai chorar também, é claro; mas com a certeza de ter cumprido a missão que lhe foi confiada por seu Criador. Agradeço a Deus a bênção de integrar o grupo de “Mães Unidas em Oração”. Santo Ministério!
Há uma mensagem lindíssima, intitulada “No Dia em que Deus criou as Mães”, sempre repetida na internet por ocasião do Dia das Mães. Ela descreve um diálogo entre um anjo e Deus. Achei oportuno extrair dela este pequeno trecho: Observando o Criador tão preocupado em criar uma criatura diferenciada das outras, capaz de resistir a todo tipo de sofrimento, o anjo vai acompanhando cada etapa dessa criação especial. Ao perceber que Deus dá por encerrada sua tarefa, ele exclama: “Senhor, ela é linda! Mas parece tão delicada e frágil!”. Deus responde: “Parece, mas não é. Ela é capaz de curar qualquer coisa com apenas um beijo, desde um ferimento comum, até as dores de uma paixão. Com apenas um olhar ela pode acalmar seus filhos e evitar contendas”. O anjo continua contemplando a obra-prima, e fala: “Senhor, há um vazamento ali!...”. Então o Criador responde: “Não é um vazamento, é uma lágrima! Serve para expressar alegria, tristeza, dor, solidão, ingratidão, e muitos outros sentimentos presentes somente no coração materno”.
Interpretar as lágrimas de uma mãe não é tarefa nem mesmo para outra mãe. Somente Deus, o Criador de todas as criaturas, sabe diferenciar o choro de cada uma.
(Ruth Pessanha Vianna/Mãe Unidas em Oração - Membro da AELB -Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro)
Todo filho precisa de uma mãe que ora
Você já orou pelo seu filho hoje?
WhatsApp: + 55 21 99212-0548
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