Provérbios 22: 6 – "Ensina o seu filho no caminho em que deve andar até quando crescer não se desviará dele."
Há bem pouco tempo as escolas públicas estavam reunidas com os conselhos tutelares para discutir a questão do aluno-problema na rede pública municipal. A escola não dá conta, manda para o conselho tutelar que devolve para a escola por que a lei afirma que a escola tem que ter vaga para todas as crianças. Ninguém sabe o que fazer. Muitas destas crianças são filhos de evangélicos, que frequentaram uma escola bíblia dominical. Amanhã pode ser um filho nosso.
Onde a criança deve conhecer sobre o amor? E o caminho em que deve andar?
Nas relações paternas. Os pais tem a responsabilidade de amarem-se um ao outro de tal maneira que as crianças aprendam sobre o amor. Não adianta simplesmente “amar” seu filho. É muito fácil. A criança é a principio aquele que completa a mãe, o pai, e recebe sem questionar, o carinho a ela direcionado. A criança não tem ainda uma identidade formada, e tudo o que os pais quiserem, em troca de amor e carinho certamente ela irá submeter-se. Ela não pode e não sabe avaliar as relações e parece estar sempre devendo. Na linguagem da análise transacional, a criança percebe-se sempre como não OK, e o adulto sempre como OK. ( Até que se decepcione com o adulto, e ai serão os dois Não OK.)
Amar um filho é fácil. Difícil é amar o esposo, ser-lhe submissa. Difícil é amar a esposa, como Cristo amou a Igreja e a si mesmo entregou por ela. Ef. 5:25. E muitos pais na dificuldade de amarem e compreenderem um ao outro tem feito um investimento excessivo em algum filho escolhido para suprir a necessidade que tem do carinho e compreensão do cônjuge. Têm efetuado contratos inconscientes com seus filhos, de tal forma que estas crianças ficam dependentes desta mãe, ou pai, e não conseguem amadurecer. Não que não tenham condições, mas não podem amadurecer, nem crescer, nem ser independente, pois esta mãe (ou pai) depende dele para existir.
Deuteronômio 11:19 tem uma ordem para falar, inculcar, insistir com o filho sobre o amor de Deus. Mas se o ensino for apenas verbal, é impreciso e não terá efeito duradouro. Ao contrário, ensinará sutilmente, a mentir, a ter uma vida hipócrita. Vemos na ação de Esaú. Filho do patriarca Isaque e da famosa Rebeca. A bíblia nos lembra que cada namorada que aquele rapaz arranjava trazia dor para o coração de sua mãe. Ele conhecia a história do avô que manda buscar uma moça lá entre os de seu povo, que tinha a mesma fé, o mesmo Deus. Mas ele não via no relacionamento de seus pais nada de interessante. Ele não via firmeza, não via carinho. Ele sabia que sua mãe gostava mais do outro filho que de seu marido. Seu pai gostava mais dele, o filho caçador que de sua própria esposa. Então ele pode ter pensado: para que tanto trabalho? Se não dá certo mesmo, melhor arranjar qualquer uma por aqui. Pelo menos terei motivos se não der certo.
A facilidade que tem uma criança de escutar o que não foi dito é muito grande. Muitas coisas ela não compreende, por não ter maturidade, mas que posteriormente, vão como que em cadeia ser associadas e tiradas conclusões. Pois Tudo fica gravado em sua memória. Algumas coisas conscientes, outras não. Mas as atitudes estarão definidas por tudo o que viram e ouviram. Algum dia eles vão perguntar, conforme sugere Dt. 6:20: “que significam os testemunhos e estatutos e juízos que o Senhor vosso Deus vos ordenou?”
OUTRAS ORIENTAÇÕES BÍBLICAS
Salmo 78:4 – falar-lhes das maravilhas de Deus. Do que ouvimos e aprendemos. Mas eles vão falar do que viram em nossas vidas.
Provérbios 13:24, l9:18 Corrigi-los ” Mãe, como faz falta sua correção”, foi a expressão de uma pré adolescente, que tinha a mãe no exterior, e que usa como consolo para a filha que ela estava longe mas pelo menos a menina estava livre de uma repreensão mais forte – surra – por mais uns meses.
Provérbios 22:15 – A estultícia está ligada ao coração da criança. Mas a vara da disciplina a afastará dela.
A criança não tem senso moral definido. A criança que agora não comete um tipo de erro, meia hora depois pode não se preocupar em se envolver em outro qualquer. A firmeza tem que vir dos Pais.
2 Crônicas 22:3 … Sua Mãe o aconselhava a proceder iniquamente. Pobre Acazias, reinou l ano apenas sobre Judá. É em casa que se aprende a viver para Deus ou a fugir dEle. 2 Timóteo 1:5 Eunice vive o evangelho para sua filha Lóide, que por sua vez ensina a seu filho Timóteo, que era então um jovem sem dificuldades na VIDA, nos relacionamentos e na fé cristã.
Não podemos delegar. Davi fez isso. Delega a Joabe a Guarda de seu filho Absalão.
Joabe era grande estrategista de guerra, mas um homem sem temor a Deus, sem piedade, sem compromisso com a amizade. Tinha prazer em derramar sangue. Foi o filho que maiores dificuldades teve em relacionar-se com seu pai.
1 Reis 9:4, O Senhor fala a Salomão para andar em sua presença como andou Davi seu pai.
Parece meio incoerente isto mas podemos tirar algumas lições:
– Davi andou com Deus, mas não teve tempo de ensinar seus filhos a andarem.
– Não podemos repassar esta nossa comissão, Sub-comissionar, é “indelegável”.
– A nossa relação com nossos filhos é fundamental para a relação deles com Deus.
o Rev. Caio Fábio faz em um de seus livros uma interessante dissertação sobre Davi e seu filho Absalão.
Então qual o papel da E.B.D.? da Igreja?
Creio que a Igreja, a EBD, têm assumido um papel que não é dela. Hoje a culpa recai sobre a Igreja quando um filho se desvia. Ou o infante não aprende a amar a Deus.
O papel da EBD é sistematizar, reforçar de forma organizada, pedagógica, aquilo que a criança sabe sobre Deus. Ou que pelo menos ouve sobre Deus.
Daí, temos uma ação de parceria que um dos lados não pode deixar de dar sua contribuição.
Existem pais que trazem seus filhos para a EBD e voltam para casa, para o clube. Como um desencargo de consciência. Estas crianças certamente não aprenderão de maneira salubre a amar a Deus.
Cada Mãe, cada Pai, deveria ser potencialmente, um professor do Dpto Infantil da EBD.
– Inclusive de ter algumas técnicas, conhecimentos específicos sobre a idade do seu filho.
O que Ele pode aprender nesta idade, qual sua capacidade de assimilação. Qual o estímulo mais atraente, visando levá-lo ao Senhor.
Levá-lo não . Traze-lo. Subentende-se que nós estamos no Senhor e por imitação, ela virá nos acompanhando.
O dia-a-dia no lar
A mãe trabalhando na cozinha, ouve um barulho e vem correndo e diz:
- Parem de brigar, não é assim que se resolve as coisas!
O mais velho replicou:
- Mas nós não estamos brigando. Estamos só brincando de papai e mamãe!
A atmosfera do lar não pode ser tocada mas pode ser sentida. É coisa do espírito. As imagens são imprimidas e vão determinar destinos. pequenas influencias inconscientes vão tecer caráter de nossos filhos, fio por fio.
Sabemos que o fator hereditário é fundamental, muito forte em todos nós e mais gritante em outros. “Com este menino não tem jeito. Ele é igual ao Pai, ao avô dele!”
Pode ser, pois existe uma carga genética muito grande, mas será que o ambiente também não é o mesmo que o avo ou pai dele viviam? Não estamos repetindo o cenário para nossos filhos? Certamente eles repetirão as cenas.
As questões hereditárias são importantes, mas o ambiente, a comunidade ( escola, igreja, companhias) são fundamentais. As primeiras e mais duráveis impressões e idéias de Deus vêm do lar. “Criai-os na disciplina e admoestação do Senhor” Efésios 6:4
Criai-o é muito diference de Pagai alguém para cria-lo. Ou, dê à sua esposa tudo o que ela
precisar, para que ela cumpra o papel de mãe
É notável que o pai que diz: “não se preocupe, é só um garoto chamando, certamente ouvirá, não se preocupe, é só um velho papagaiando”
“Você sabe o que educará seu filho? – Seu exemplo, Sua conversa com amigos, o negócio que ele vê você fazer. o que você gosta e o que não gosta que ele o vir expressar – tudo isso o educará.. sua posição na vida, seu lar, sua mesa o educarão… A educação acontece a cada instante, você não pode parar nem voltar o seu curso. O lado para o qual tudo isso levar seu filho é o que ele será para o resto da vida”.
Apoie o professor da EBD. Ore por ele. Ele é seu parceiro, voluntariamente. Peça para Deus dar-lhe sabedoria. Unção.
Cleydemir de Oliveira Santos Psicólogo e Pastor CPPC – Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos
Bibliografia
Drescher, John M. – Agora é hora de amar seu filho. 3º edição, 1991. São Paulo Ed. Mundo Cristão.
Nova, Biblia VIDA -17º edição l993 – Edições VIDA Nova.
Filho, Caio Fábio D’araújo – Síndrome de Absalão – Rio de Janeiro – Editora Vinde.
Mães Unidas em Oração, filhos protegidos.
Todo filho precisa de uma mãe que ora.
Você já orou pelo seu filho hoje?
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(Coeditora do Blog: Sirlei Mendonça Campos)
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